26 janeiro 2006

Nosso Inimigo

Temos um inimigo comum, com seus milhares de braços estendidos em todas as direções, sempre presente a tudo e residente ainda que oculto em quase todos os nossos corações.
Caso seus limites fossem claros e definidos, mais fácil seria enfrentá-lo. Mas não é assim, aqueles que hoje agem contra esse mal podem ser seus futuros propagadores amanhã, bem como o inverso.
Que bom seria se o mundo fosse simples como as histórias em quadrinhos, onde nós, humanos típicos, apenas somos espectadores bestificados das titânicas lutas entre os super-heróis e super-vilões.
Esse inominável inimigo está ali presente quando você recusa ajuda a um amigo ou a um desconhecido, quando você pensa em fazer algo de mal contra qualquer pessoa, quando você escuta a notícia de que ao redor do mundo, cerca de 2000 crianças famintas deixam este planeta por hora e não enche seus olhos de lágrimas, certamente ele está lá...
É claro que ele também assina embaixo de toda declaração de guerra, financia a ganância humana ou induz a proliferação de armas de destruição em massa, mas ai você cegamente acredita que não tem nada a ver com a sua simplória vida de humano comum que apenas assiste (sem participar) as conseqüências destes grandes atos.
Outra não-verdade... Afinal, tanto o lato quanto o stricto sensu do mal são parte de um todo só.
Desesperante tal situação, não?
Sorte nossa existir um grande bem, que em analogia poderia ser chamado “nosso amigo”, de atuação semelhante, embora inversa ao “nosso inimigo”.
A única coisa que sempre impediu o triunfo eterno do bem ou o caos total pelo mal é a falta de organização. Em ambos os casos, temos ações isoladas, desproporcionais e destrutíveis.
Basta olhar nossa vasta gama de exemplos de uniões feitas no passado que acabaram resultando em grandes benefícios ou grandes derrotas da humanidade, que se pode notar que uma volumosa atitude proveniente de uma grande união em proporções ainda não vistas certamente provocará grandes feitos no futuro.
Por tudo isso, ainda tenho esperança no que a ONU pode fazer e medo das possíveis atitudes de uma OTAN em caso de uma nova Grande Guerra.
E pensar que quase todos os membros de peso pertencem às ambas!

08 janeiro 2006

A Estrada

Uma longa estrada na qual todos caminham na mesma direção. Não há como voltar, por mais que se tente, mas sempre é possível olhar para trás e lembrar como fora o caminho antes.
Dos lados não é possível ver nada além da imensidão de um deserto. É dia e não há nuvens no céu.
A estrada é assim para mim, mas pode ser vista ao gosto dos olhos de cada um que nela anda, pois este escolhe como ela será e até mesmo durante a jornada, pode fazer pequenas modificações, embora uma vez escolhido o rumo, este não mais se alterará.
Eu sei que um dia a noite irá chegar na minha estrada, mas sei também que este será o sinal esperado ansiosamente por alguém para que o seu dia possa nascer.