18 novembro 2005

Globalização e Imigração

O mundo está cada vez mais integrado graças ao infindável processo de globalização. Há 100 anos, uma viagem de um lado ao outro do globo só era realizada através de barcos e demorava diversos dias. Hoje, com os modernos aviões, a contagem se reduziu a horas. Mas até que ponto temos uma evolução real e não apenas aparente?
Naquele tempo, imigrantes das mais diversas nacionalidades saíam de seus países em direção ao Brasil em busca de melhores condições de vida. Em suas terras natais, faltava comida, espaço para cultivo, chances para crescer. Aqui, a terra era farta, o clima era favorável o ano inteiro, não havia nada para impedir o progresso, bastava a dose certa de ordem.
Alguns realmente atingiram seu objetivo e por aqui ficaram, formando uma nova elite para o país que venceu a disputa com a antiga elite quatrocentona paulista e assim permaneceu até hoje, em seu lugar de destaque, os descendentes daqueles “self-made men”.
A maioria não ficou rica, mas melhorou de situação quando comparada à sua origem pré-brasileira. Formam a sofrida classe média brasileira, principal componente populacional da parte meridional do país, que inclui os estados do Sul e parte do Sudeste.
Hoje, o Brasil continua a possuir infindáveis áreas cultiváveis, mas não tantas oportunidades assim. Parte da população se encontra numa faixa incapaz de realizar investimentos em educação e em busca das aspiradas melhores condições de vida emigram para países como os Estados Unidos ou o Japão. Lá, vivem uma vida miserável com seus subempregos na esperança de reunir fundos suficientes para voltar e viver aqui uma vida mais digna, ou seja, passam a ser problema social e alvo dos xenófobos do outro país.
Recentemente, a mídia fez uma ampla divulgação de um novo tipo de imigração ao Brasil: pessoas vindas de outros países sul-americanos em direção à São Paulo para o trabalho degradante em confecções de roupas, nas quais eles muitas vezes trabalham por muito mais horas diárias que os limites permitidos, além dos casos em que também vivem nestes locais, impedidos de sair, caracterizando a situação de cárcere.
O pior de tudo isso é saber que existem maneiras até mesmo simples de resolver estes problemas como o investimento em educação ou novos empregos formais e estas não são aplicadas.
Se certos países centrais se preocupassem menos em impor a sua democracia e sim em difundir um dos seus principais requisitos, a igualdade, com certeza a coisa seria diferente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Melhor que reter conhecimento é divulgá-lo. Tá de parabéns.

Grande Abraço